Seja otimista!

Como ser feliz mantendo o olhar frio e o sorriso escondido? Como ser feliz, e se revoltar e se queixar? É como sair às compras sem dinheiro ou ir pescar sem anzol. Reconheça ser preciso jogar para longe o que for tristeza, desamor, e o espírito de levar vantagem, e colocar no lugar deles o prazer de viver em paz. Para se ter a felicidade é importante deseja-la por inteiro, robusta e quente, sob forte esperança no amanhã, porque, se deseja-la fraca, ela por si mesma se inutiliza desde o principio. A mente não é feita somente para atrair dinheiro ou bens materiais. A mente também faz isso. Mas sua maior finalidade é a criação dos valores morais e da paz, de tal modo que chegam a se refletir na face e atrai simpatias e benefícios. Se você tem hábitos enraizados, se você tem comportamentos de longa data, pensamentos que se repetem e se sente insatisfeito(a)...disponha-se a mudar. Não fique repetindo o passado, parado no tempo, inerte. Faça alguma coisa, construa um mundo novo, limpo e arejado. Você tem capacidade para isso. Acredite em um futuro brilhante. Você pode ser feliz tanto quanto, ou o quanto mais quiser ser feliz. Faça um autoexame do que você é, do que você pensa, em como vem se tratando e em como trata as pessoas e o planeta. Medite sobre a sua realidade, sobre o que tem feito com seu tempo e de como tem se relacionado si mesmo(a) e com os outros. E a partir disto, vislumbre e desenhe um novo futuro. Se você der o máximo de si na edificação de um futuro melhor, com esperança, fé em si mesmo e fé em um Poder Superior já terá começado a mudar seu quadro atual e a começar a se sobrepor como criatura bem sucedida. Confia em seu deus interior. Jesus disse: “Vós sois deuses, e como deuses podem fazer o que eu faço e muito mais se tiverem, fé!” A melhor confiança, a melhor defesa é a fé em seu deus interior. Aceite as quedas e perdas da vida. Cair e perder faz parte de nossa caminhada. Mas quando cair ou perder levante-se e caminhe ainda que sentindo dores. Não existem méritos em ficar deitado para evitar-se cair. Mas levantar-se todas as vezes que se cai. Somente assim aprenderemos algo. Acredite também em seu pais. Grandes homens e mulheres sempre acreditaram em suas nações. Diante disto quando partiram para a pátria espiritual, deixaram com seus feitos e ideias o planeta um pouco melhor. Não se aceite atolado em falhas ou em “pecados". Deus que é fonte de tudo e de todos não enxerga nossos erros, mas a força que fazemos para conserta-los. Diante disto, acredite em Deus. Muitas doutrinas religiosas afirmam que o Pai Celestial, é o Deus do impossível. Diante disto quando cair ou desiludir-se com as pessoas, segure nas mãos Dele. Pois se Deus realiza coisas impossíveis, com certeza ele é capaz de fazer o impossível acontecer em sua vida. Acenda o fogo do otimismo. Explore o seu poder de luta e terá um grande futuro. Lembre-se: O fogo de um palito ou um incêndio em uma floresta começa sempre com uma pequena faísca.

Manoel João

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

COMUNHÃO ESPIRITUAL

Texto da Monja Coen publicado no jornal O Globo de 13/11/2014

É preciso abrir os portais de percepção e trabalhar pelo bem de um Eu maior
Os textos dos ensinamentos antigos de Buda dizem que para conhecermos nossa natureza verdadeira é necessário que mantenhamos uma comunhão espiritual com todos os Budas.
Há inúmeros Budas, tantos quanto grãos de areia. Cada ser humano que desperta, que se percebe interligado a tudo e a todos, cada pessoa que, com visão clara, límpida, iluminada, age, pensa e fala para o bem de todos os seres, este é um Buda. Mas cuidado. Nossa mente pode nos enganar, nos iludir, e, acreditando na ilusão, nos tornamos criaturas que fazem, falam e pensam de forma errônea acreditando ser o bem.
Budas são pessoas que através da prática incessante reconhecem sua natureza Buda. Pessoas que se questionam, que procuram, que encontram e ainda assim continuam a procurar.
Praticar Buda é estar em contato com sua própria essência verdadeira, que é a mesma de tudo que existe. É um observar profundo e de longo alcance, capaz de ver os lamentos do mundo e atender os pedidos verdadeiros.
Natureza Buda, natureza iluminada, não é algo místico, intelectualmente conceituado. São portas, janelas, paredes, grama, plantas, solo, água, vento e ar. São animais e pássaros. Seres humanos e gotas de chuva.
É se reconhecer presente em toda parte, em cada partícula. Cada criatura é o todo manifesto. Não somos parte de, somos o todo, o multiverso em sua harmonia. Sem dentro nem fora. Entrar em contato com a natureza Buda é o que nos dá verdadeira alegria e contentamento.
Comunhão espiritual é tornar-se uno, una, com todos os Budas e perceber que todos os Budas comungam com todos os seres. Não estamos separados. Sentamo-nos na mesma mesa com os seres sábios, mantemos os mesmos hábitos, o pensar luminoso e claro, a ação e a palavra que conduzem à harmonia e ao bem geral.
Entretanto, se não houver a procura não haverá o encontro, não haverá a comunhão. É preciso esforço correto, prática correta, pensamento correto, ação correta, concentração correta e meditação correta.
Na verdade estamos tudo e todos, sempre dentro da pupila do olho de Gautama Buda (o Buda histórico, também conhecido como Saquiamuni Buda, que viveu há mais de 2.600 anos). Somos essa pupila. Toda a Terra e todos os seres do multiverso estamos assim interligados através de uma rede de interdependência. Nada existe por si só.
Como, então, pode haver inimigos?
Como, então, pode haver guerras, invasões, insultos, agressões?
Como, então, pode haver assassinatos, crimes, drogas, acusações falsas, corrupção?
Nos jornais internacionais reconheço os problemas nacionais tão semelhantes.
Posição e oposição formam um par, como o pé da frente e de trás ao andar?
Pode haver oposição sem posição?
Comunhão espiritual é abrir os portais de percepção e comungar, receber em você, tornar-se um com Budas, com seres iluminados, seres plenos de sabedoria e compaixão. Quando assim fazemos, nos tornamos hábeis em confraternizar, em trabalhar pelo bem de um Eu maior do que nossos pequeninos eus. Podemos discordar, mas sabemos dialogar e construir uma cultura de paz e de não violência. É possível. Há muitas pessoas tecendo essa tapeçaria. Junte-se aos que se libertam da dualidade e penetram a sacralidade.


domingo, 26 de outubro de 2014

RELACIONAMENTO VIRTUAL


Muitas pessoas criam "relacionamentos românticos virtuais" em sites de relacionamento social. Encontram outras pessoas, trocam fotografias e até se apaixonam por seus parceiros virtuais!
A razão pela qual somos tão atraídos pelos nossos parceiros virtuais está no fato de que a conexão que estabelecemos com eles é não material, dissociada de contato físico e de certo modo até "espiritual". Como não estamos contidos por nenhuma limitação física, nos sentimos livres para fantasiar tudo e tanto quanto queiramos, para atribuir as melhores qualidades ao nosso parceiro virtual e elevar esta conexão "às nuvens", por assim dizer. Nos convencemos de quão especial é esta conexão, e que é uma oportunidade para alcançar o amor perfeito, bonito e maravilhoso. Claro que existem casos que verdadeiramente se torna um caso de amor verdadeiro. Mas como ja comentei. os casos são bem poucos, em relação aos casos que terminam em lágrimas e desilusão!
Mas infelizmente, em alguns casos, na maioria dos casos creio eu, é tudo uma ilusão. Na internet as características físicas de uma pessoa podem ser escondidas e seus aspectos internos muito enfatizados. Qualquer um pode se expressar do modo que quiser e o problema é que perdemos a noção da realidade, e de nossa própria realidade na medida em que nos aprofundamos neste jogo. Nos esquecemos que não estamos lidando com uma pessoa real, mas sim com a nossa própria imaginação que mistura muitas vezes, realidade com fantasia, atração com paixão, ou carência afetiva com amor.
Quando então conhecemos alguém pessoalmente na vida real, podemos dizer se ela realmente apresenta certas características ou não. Na internet, funciona ao contrário. O que vemos é apenas uma imagem cuidadosamente selecionada e lemos umas poucas linhas que podem muito bem ser nada além de mentiras e ilusão que seguimos imaginando coisas que são irreais. Mas, no momento em que encontramos o nosso parceiro virtual pessoalmente, esta doce bolha de fantasia explode.
Nos sites, os usuários tem a disposição, uma ferramenta que minimizaria as dificuldades próprias de relacionamento social. Muitos, se relacionam virtualmente devido a estarem distantes por causa de trabalho, viajem e outros quesitos. O que é diferente, de muitas pessoas buscarem ou manterem uma relação virtual,por serem tímidas, por fantasia, curiosidade ou por terem sofrido alguma decepção e estarem com medo de se relacionar novamente e para isso não há uma regra. A pessoa por traz do computador cria uma falsa segurança de que está fora de risco de se decepcionar com o outro. É uma expectativa fora do real porque todo relacionamento tem pontos positivos e negativos. O namoro virtual permite o convívio com uma pessoa sem dividir os problemas e dificuldades de um casal real.
Mas, a ilusão de proximidade, de conhecimento e intimidade a despeito das ( às vezes ) enormes distâncias geográficas é um dos aspectos negativos da virtualidade. É possível sim, conhecermos ótimas pessoas na internet. encontrar um parceiro na internet, mas jamais devemos nos descuidar de ficarmos atentos às armadilhas, pois há definitivamente um sentimento de desinibição on-line, que torna muito mais fácil fácil enfatizar as qualidades e tentar esconder os defeitos. Por exemplo. Eu acho muito pouco provável que dirão logo no inicio ou nos primeiros contatos e troca de emails ou mensagens de waths ou skype: " Sou um alcoólatra de meia idade que já se casou cinco vezes". Mas, em vez disso, tentarão se mostrar como uma boa alternativa. Por isso, todo cuidado é necessário para não se entrar em uma barca furada. Vale lembrar que o fato de alguém conseguir fazer um comentário esperto, ser gentil, educado, envolvente e sedutor ou escrever um e-mail inteligente certamente não significa que essa pessoa pode ser o par perfeito. E isso se aplica a homens e mulheres. E quando a rede social é voltada para adolescentes, ai o cuidado deve triplicar.
O virtual trouxe avanços incríveis no terreno do conhecimento de dados e das informações, mas trouxe também o desligamento da realidade real, do contato físico, que é muito importante para qualquer ser humano. O contato real continua insubstituível.
No virtual tudo se torna mais colorido. Fantasias sempre se fazem presente facilitando a sedução. E na maioria das vezes enxerga-se, projeta-se no outro o que deseja. Nas trocas de informações pessoais já se inicia o processo de sedução, de conquista. As palavras é que seduzem. E como seduzem! Em alguns casos a pessoa se descreve exatamente como gostaria de ser.
No virtual, a pessoa apaixona-se mais pelas suas idéias, pela sua capacidade de seduzir e se envolver, do que pelo outro. Visto que percebe o outro como gostaria que ele fosse. De forma virtual todas as pessoas são lindas. Grande é o número de pessoas que aprendem a se expressar melhor escrevendo, se comunicando com o outro do que falando e interagindo pessoalmente.
Relacionamento virtual, em alguns caso pode até ter algum efeito terapêutico no caso de pessoas que afetivamente se sentem carentes. Embora relacionamento virtual desliga a pessoa do real, do concreto.
O poeta César Luca Álvares descreve em versos o amor virtual:
A imaginação é algo surpreendente
Nunca a vi, e percebo sua presença

Nunca a abracei, e sinto seu aroma
Nunca a beijei, e guardo seu sabor

Fantástico mundo virtual

terça-feira, 7 de outubro de 2014

CRENÇAS NEGATIVAS






















São informações internas que surgem de repente e independentemente de nossa vontade. Nosso pensamento caminha por caminhos que a gente mesmo nem imagina. 

Temos muitos pensamentos que não são bons para nós. São prejudiciais, mas por que ainda assim continuamos pensando ? 

Por que estes são pensamentos automáticos. 

Eles vêm do inconsciente. Se não identificarmos estas crenças, acabamos funcionando meio que no automático, como se a gente fosse controlado por um controle remoto. Tudo o que a gente faz na vida é baseado no que a gente acredita, ou seja, baseado em nossas crenças internas. A roupa que a gente escolhe na loja é baseada no que acreditamos que é adequado ou não para nós. O curso, a escola, que fizemos, foi baseada no que acreditamos que se encaixa em nossa vida. As pessoas que permitimos que entrem na nossa vida são baseadas no que nós acreditamos que possa ser bom, e quando não conseguimos nos livrar de uma pessoa inconveniente é porque não acreditamos ser capaz de se livrar dele ou dela. Funcionamos baseados em nossas crenças internas, e nem sempre o raciocínio lógico participa das nossas escolhas, das nossas decisões.

Como por exemplo, a decisão quanto a que namorado vai escolher ou qual bairro vai morar. Toda decisão é baseada em suas crenças internas. Criamos um modelo de pessoa ou de local em nossa mente a partir do que cremos ser o ideal. Mas nem sempre o que idealizamos de fato se torna bom e ideal.  Cada crença interna é baseada em nossas representações mentais pessoais. E seja, na nossa forma de ver o mundo, e essa crença, é diferente para cada pessoa. Dois irmãos criados juntos têm perspectivas diferentes um do outro, pois têm aprendizados diferentes, tem experiências diferentes. Todo sentimento, e tudo o que a gente tem é determinado pelo modo como a gente interpreta o mundo através das nossas crenças internas. 

Mas como é que se consegue perceber a perspectiva de cada um?  Como é que descobrimos qual a crença interna de cada um, já que nem sempre são claras?

O grande sinalizador são os nossos sentimentos. A forma como reagimos e a intensidade de nossas emoções dão o caminho para chegar às crenças e que normas internas estão regendo nossa mente. É por isso que o psicólogo, o psicanalista está sempre perguntando, questionando quais sentimentos está vindo à tona. Quais as angústias, quais as ansiedades, o que está deixando a pessoa para baixo. Até conseguir identificar que sensação é essa que se está sentindo é comum a pessoa dizer: “eu me sinto muito mal”. Mas que sentimento é este? É angústia, é humilhação, é medo? Que nome tem esse sentimento.

Esse é o grande caminho para o profissional atingir a vida mental, o funcionamento cognitivo e assim fazer muita coisa pelo seu cliente. Quando descobrimos o que nos deixa inseguro, quando descobrimos o porque, por exemplo, você sente que toda vez que está falando com alguém ou fazendo alguma coisa, sente que está sendo observado e julgado pelos outros, podemos mudar esses sentimentos e finalmente nos permitirmos a ser livre dos medos.

Descobrir o que nos trava é fundamental para libertar dessa trava. Muitas de nossas crenças internas são armadilhas de nossa alma. As pessoas acreditam em tanta bobagem e depois nem percebem porque que se tornaram depressivas, ou ansiosas. E sabe o porquê? Porque não tiveram oportunidade ou humildade em questionar essas crenças destruidoras. E essa falta de oportunidade, de humildade, se deve a fatores religiosos, familiares, sociológicos, culturais e antropológicos.

Por exemplo, uma pessoa que se considerava esquecido pelas outras pessoas, tão indesejado que cada moça que sorria, ele já a pedia em casamento. E por quê? Por causa de sua crença de que jamais alguém iria se interessar por ele.

Essas crenças disfuncionais, erradas, vêm de situações da infância desse rapaz, e se potencializou ao longo de sua vida, gerando uma carência e um sentimento de solidão enorme dentro dele, a ponto de ele não saber lidar com isso. 

O importante é perceber que a gente forma algumas idéias muito distorcidas, e isso nos prejudica de uma forma tão silenciosa que ninguém percebe. É como um cupim que vai comendo a madeira por dentro. Para quem vê de fora está tudo perfeito, tudo lindo! Mas vai lá olhar por dentro. 

É muito interessante como em uma terapia, descobrimos tanta gente que sofria que se condenava e até se sabotava e isso tudo, pelo que acreditava, por causa de crenças, ao invés de fatos reais. 

Por exemplo, você acredita piamente que seu chefe te odeia, mas nunca analisou e percebeu que ele é estressado, vive correndo, e por isso nunca parou para reconhecer seu trabalho e não porque ele te odeia.

Tem casos de pessoas, que em algum momento da infância ou adolescência se sentiam os verdadeiros patinhos feios. Sabe aquela coisa de usar aparelho, óculos, bota ortopédica. A criança se sente um ET. Eles crescem com essa autoimagem negativa, e quando se tornam adultos essa imagem não é mais verdadeira, mas ainda mantém esse visual antigo como referência. Internamente ele ainda se olha como um adolescente desengonçado, quando que na verdade é uma pessoa linda e muitas vezes, linda fisicamente e internamente! Uma frase para nos fazer pensar:

 ʺA auto condenação envolve a crença em uma mentira a respeito de nós mesmosʺ. Avaliando nossas auto condenações, procurando as mentiras que muitas vezes a gente conta para nós mesmos, podemos pensar: ʺPoxa aquela moça na adolescência foi o patinho feio, mas se ela se olhar no espelho ela não vai perceber que a realidade hoje é outraʺ.

Mas não. E por quê? Porque sempre interpretamos e muitas vezes distorcemos tudo o que acontece com a gente. O que significa que nunca somos realmente objetivos. A moça se vê no espelho, está linda, mas ela se percebe ainda feia, ela acha defeitos aonde não tem. É por isso que o trabalho na psicoterapia deve ser profundo. O psicólogo, o psicanalista, não cura insegurança contando para pessoa que ela é bonita, competente etc. Isso os amigos, os parentes já fizeram. Ou pelo menos deveriam ter feito. Mas a psicoterapia tem como proposta ir fundo e resgatar essas crenças erradas, distorcidas, que não tem mais função, mas ainda perturbam muito. Outro caso muito comum que aparece em uma seção de psicanálise são situações de conflito, como por exemplo: ʺEu sou uma pessoa terrível porque às vezes eu erro...Eu não admito errarʺ ! Isso relacionado a situações onde ninguém exigia perfeição, mas só ele se auto exige ser perfeito. 

Então...para você se sentir uma pessoa má, ruim, inferior, isso é sempre comparado com outro alguém, ou seja, eu só sou inferior perante outro que eu veja como melhor do que eu. Daí a importância da humildade: Dar sim importância à outra pessoa. Mas, reconhecer o valor do outro sem se sentir diminuído, essa sim, é a verdadeira humildade.

Um exemplo: Você percebe que outra pessoa fala em público muito melhor do que você. Você tem duas opções: se odiar por isso, ou ver o que pode fazer para melhorar.

Qual a melhor opção? 

Você não tem obrigação de ser perfeito. Esta frase parece só uma frase, mas quando você consegue sentir isso la dentro, la no fundo da alma, quando sentir não só saber intelectualmente que “você não tem obrigação de ser perfeito”, isso por si só já lhe traz alívio. Isso serve para os perfeccionistas que veem erro onde não existe. Mas se o seu erro foi concreto, se você prejudicou outra pessoa você deve fazer de tudo para se redimir. Corrigir o erro, pois neste caso não se trata de uma culpa psicológica, mas culpa real. 

Outro aspecto a ser considerado. Falei agora a pouco das crenças que a gente vai introjetando. À medida que passa pela vida vamos acumulando crenças a respeito de nós mesmos e do mundo. Estas crenças se tornam os nossos princípios. Já perceberam quando alguém faz determinada coisa por princípio?

Muitas vezes a tal coisa não tem lógica. Quantas vezes a gente ouve ʺpelos meus princípios eu só faço tal coisaʺ, ou ”pelos meus princípios não faço tal coisa”. Esses princípios agem de uma forma autoritária. Chega um momento que você não questiona mais, não raciocina mais, simplesmente sai agindo e reagindo conforme seus princípios. Meio que como por tradição.

Tem muita tradição sem lógica. Estes princípios são a base da nossa auto estima. O quanto gostamos, valorizamos as qualidades que conseguimos enxergar em nós mesmos, são baseados nas crenças que adquirimos sobre nós mesmos. O problema é que quando a gente vem carregando muita crença sem utilidade, muita crença que atrapalha, a gente começa a ficar depressivo, ansioso, medroso e etc.

E como é que essas crenças entram em nossa mente? Essas crenças são incorporadas nos momentos que estamos mais vulneráveis. Quando acontece algo de muito forte, como por exemplo, traumas psicológicos, a morte de uma pessoa significativa, uma rejeição muito forte, uma separação, etc.

Uma fase muito significativa, quando uma série de crenças se fixa, em nossa mente é a infância. É o momento em que a pessoa está se formando, sendo formado e esta conhecendo o mundo. Tudo é mais significativo nesta fase. Por isso que os psicólogos e psicanalistas estão sempre encontrando origens dos problemas na infância. 

Muitas vezes, deixar nossas crenças de lado, mesmo que estejam nos atrapalhando, limitando nossa vida, pode ser um pouco trabalhoso. As pessoas se apegam às suas crenças. E quanto mais inconsciente for a crença, mais temos que trabalhar para trazer a tona isso tudo para ai modificar esse pensamento.Tirar do inconsciente é só 50% do trabalho. Mudar a crença é outro 50%.

Só descobrir quais são as crenças limitantes, não vai fazer mudar muito a situação. Quando se descobrem quais são as crenças que limitam, ai então, partir daí, começa a segunda etapa. Que é a mudança. Tem gente que acha que mudar é muito difícil. Isso é porque as pessoas não se conhecem, e é muito importante conseguir compreender a si mesmo para ai então perceber qual mudança é necessário. 

A bem da verdade, é que muitas pessoas têm a tendência de minimizar seus problemas. Tentam se justificar por tudo, dizendo frases do tipo: ʺMeu casamento ta ruim, mas quem está feliz hoje em dia, né?ʺ. Ou então: ʺEu não sou agressivo, eu sou assertivoʺ. Ou ainda: ʺEu não sou ciumento, mas apenas cuido". Aja auto enganação.

Então... Além de ser importante perceber o que deve ser mudado, é também importante perceber quando iniciar esse processo. E quer saber qual o melhor momento? É AGORA. Isso mesmo, não foi ontem e nem vai ser amanhã. É agora, na hora “que a ficha cai”. E sabe por quê? Para parar de viver do passado.

O passado deve ser olhado de frente. Mesmo que tenhamos vivido algumas coisas que foram muito doloridas. Temos que aprender com o passado para finalmente a gente se libertar dele. Aquele que não aprende com o passado vive preso nele. 


domingo, 21 de setembro de 2014

SE VAMOS MORRER, QUAL O SENTIDO DE ESTARMOS VIVOS? (O MEDO DA MORTE - PARTE 2)





















Qual é o sentido da vida? É difícil encontrar uma pessoa que, pelo menos uma vez, já não fez essa pergunta. Ela revela algo importante sobre nós, seres humanos. Primeiro, que temos consciência de estar vivos e de que vamos morrer algum dia. Segundo, que isso deve ter algum sentido, ou seja, um sentido propriamente humano.

Biologicamente, o sentido da vida é passar os genes para frente. Vivemos enquanto indivíduos para garantir a continuidade da espécie como um todo. Mas esse sentido biológico não nos satisfaz. Imaginamos que possa haver algo além da satisfação de nossas necessidades vitais. Pois a satisfação das necessidades é um meio para nos mantermos vivos, e não a finalidade ou sentido da vida.

Como disse o filósofo Heráclito de Éfeso (540 - 470 a.C.):

"se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo diríamos, felizes são os bois quando encontram ervilhas para comer. Os bois vivem o momento, para eles não existe um passado nem um futuro, pois para ter passado e futuro é preciso haver um sentido."

A MORTE


Podemos igualmente viver como bois ou atribuir um sentido para a existência. Isto é, pensá-la como um projeto, com uma parte por realizar que é condicionada pelo que já se fez e pelo fato de sermos um ser pensante no mundo. A dimensão do tempo só aparece quando se percebe a finitude, que eu somos enquanto corpo de carne. Saber que se vai morrer é o que desperta a questão do sentido, pois se vamos morrer, que sentido tem estar vivo?

A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia. O medo e a angustia, faz não pensar na morte, olhar como problema, adiá-lo, esquecê-lo. Mergulhamos em ocupações, em falações, até conversamos sobre a morte de outros, mas não da nossa.

Segundo o filósofo Martin Heidegger (1889 -1976), o medo nos convida a viver na impropriedade, não atribuímos sentido, deixamos que os outros e as circunstâncias o atribuam, nos alienamos de nós mesmos, vivemos sempre correndo, com nossas agendas cheias de distrações que nos ocupam. Vivemos num sentido impróprio que não aponta em direção alguma, como uma finalidade sem fim.

A ANGUSTIA
Por que nos esforçamos por ser belos, ter dinheiro, possuir coisas? Claro, tudo isso pode fazer sentido, mas como meio, e não como fim. Na verdade, são na maioria dos casos "sentidos emprestados", na falta de um sentido que seja próprio. Se o medo da morte nos lança na impropriedade, a angústia produz o efeito contrário, ou seja, ela abre a inospitalidade do mundo, para a sensação de ficar sem chão. A angústia revela no indivíduo uma compreensão do morrer, em sentido singular. Percebemos então, que não podemos escapar da convocação que a angústia nos faz de viver na propriedade. Ou seja, a possibilidade de sermos nós mesmos.

MEU PRÓPRIO TEMPO
Sou um tempo que se esgota e só tenho essa existência para ser quem sou. Percebo que sou o meu próprio tempo, não o tempo dos relógios, sempre regular e homogêneo. Mas um tempo finito em que o presente só faz sentido em relação a um futuro, a um projetar-se que me revela como realizador de minha própria história, que realiza um sentido que eu mesmo escolhi como minha marca pessoal na história da humanidade.

O filósofo Heidegger não estabelece um juízo de valores para afirmar ou explicar se seria melhor viver na autenticidade ou na impropriedade. Ambas são possibilidades de ser. Em qualquer momento da vida podemos passar de uma etapa para a outra e vice versa. Podemos eleger um dos sentidos já prontos ou construir o nosso. A vida em si não tem nenhum sentido, pois somos nós que atribuímos um sentido para viver. E é este sentido que atribuímos a vida, que nos faz ter o instinto de vida e o instinto de morte. 

O comportamento de um ser vivo é sempre objeto de uma observação exterior e de uma descrição possível. Todo e qualquer comportamento é sempre também a expressão de estados internos. Uma outra característica do comportamento instintivo vêm do fato de ele só dizer respeito a situações que tipicamente possuem uma grande significação para a vida da espécie enquanto espécie, e não para a experiência particular do indivíduo. O instinto serve constantemente à espécie, seja esta a própria espécie ou uma espécie alheia, com a qual a própria espécie se encontra em uma ligação vital importante, como as formigas e seus hóspedes ou os insetos e os pássaros que frutificam as plantas.


O que os animais certamente não possuem é a capacidade de estabelecer preferências entre os mesmos valores, como por exemplo, preferir o útil ao agradável, independentemente das coisas singulares concretas, e assim é, por lhes falta a meditação estreitamente ligada com esta capacidade. Em tudo o que é afetivo, o animal se encontra muito mais próximo do homem do que em relação à inteligência.

sábado, 13 de setembro de 2014

O Medo Da Morte - Parte 1









No momento do nascimento ou da morte de alguém, pensamos que a vida começou ou terminou. mas não é verdade, a vida não pode começar ou terminar. Isso de começar ou terminar, é apenas uma visão acanhada do pensamento. Nascimento e morte estão acontecendo o tempo todo. Pensamentos que vêm e pensamentos que vão, também são um tipo de viver e morrer. Inspiração e expiração é outro. Atração e repulsão também são formas de nascer e morrer. A cada segundo, nossas células epiteliais, todos os dias se regeneram, e isso também é nascimento e morte, bem como tantas outras formas de transmutação que estão ocorrendo aqui e agora, e que também são formas diferentes de viver ou morrer se é que podemos acreditar que exista a morte.










A vida nunca começa, e muito menos termina. Existe um movimento transmutando tudo, o tempo todo, que é o bailar das formas como diz Eckhart Tolle: 
“É uma dança cósmica que existiu, existe e vai continuar existindo.”
Eu, no meu entendimento e análise da vida, penso que ao morrer entraremos em um estado de paz profunda plena, nos fundindo com uma outra dimensão, com uma outra consciência, bem mais inteligente e lúcida, que rege e governa este universo. Alias, já estamos nesta unicidade e somente precisamos perceber.
Tudo que aconteceu em nossa vida material, como frustrações, realizações, desapontamentos, sucessos, fracassos e todos os desejos, aconteceram dentro do campo mental, ou seja, em um mundo imaginário. Uma pessoa morrendo verá na íntegra que o corpo está entrando em falência múltipla e transmutando o seu mecanismo para corpos mais sutis e assim a mente como a conhecemos também começa a se dissolver.
Muitas filosofias e religiões no mundo, acreditam somente em uma vida, e que esta vida tem um começo e um fim. Outras religiões e filosofias que não são menos importantes, acreditam que por um tempo iremos morrer e voltar a reencarnar, mas não percebem que todos nós, nascemos e morremos já nesta mesma vida o tempo todo e aqui com este mesmo corpo. O tempo todo nascem pensamentos e idéias dentro de nós. E o tempo todo estes pensamentos e idéias morrem, para em seguida nascer novos pensamentos e novas idéias. 
Sou daqueles que pensam que só a unicidade pode explicar, compreender que as formas estão em constante mudanças e que nada se cria, porem tudo se transforma, e assim, enxergo que as minhas vidas e as suas são as nossas vidas.
Eu defendo este ponto de vista porque as minhas experiências me dizem que sou esta presença, você que lê este pequeno texto, também é esta presença, e assim, todos somos esta presença, e assim digo, baseado em minhas percepções e assim percebo a cada dia esta união, ou seja, a fusão das idéias o tempo todo entre si mesmas, e nos aproximando. 
Eu conheci muitos grupos religiosos, muitos grupos filosóficos, muitos grupos espiritualistas, muitos grupos espíritas, bem como muitos grupos esotéricos. Mas posso afirmar que bem poucos os que buscam perceber que só seremos seres espiritualmente evoluídos, quando aprendermos a sermos seres humanos melhores. A natureza não da saltos. Como eu posso querer sublimar o meu espírito, se antes disto eu não aprender a respeitar o ser humano e a natureza humana, aprendendo primeiramente a me respeitar: E assim, existe o aqui e o agora. E é no agora que se manifesta a divindade universal. O sagrado masculino e o sagrado feminino se manifesta no agora. E quando compreendermos isso, esta sincronia, esta unidade e unicidade, e aprendermos a respeitar e a nos respeitar, então neste estado de conhecimento adquirido, o medo da morte será dissolvido e deixará de existir.