Em muitas culturas, as expectativas são bem diferentes quanto ao papel masculino e feminino. Ao garoto, desde cedo, são estimuladas a coragem, a competição, a agressividade, a iniciativa e o desempenho. Todas as suas atitudes são moldadas a partir deste referencial. Não é dificil imaginar quanto sofrimento e violencia psicógica o menino é submetido, para não fugir do estereótipo do que é ser homem.
Desde a infancia, o garoto persegue e é perseguido pela masculinidade com obstininação ferrenha. Para ser considerado homem, deve contrariar, rejeitar tudo o que dis respeito a feminilidade. Em geral, os meninos aprendem primeiro O QUE NÃO DEVEM SER. Essa aprendizagem é dificil, pois o homem nasce da mulher. A mulher o alimenta, supre suas necessidades físicas e emocionais e lhe dá carinho. É natural que ele se sinta gratificado e totalmente dependente dela na condição de bebe.
Essa relação de dependência, segurança e conforto vai deixar marcas profundas no seu psiquismo. Porem, em nome do modelo masculino qua a sociedade impõe, ele vai ter que lutar fortemente para se libertar do desejo de prolongar essa situação gratificante. Essa situação só ocorre através da repressão do vinculo profundo estabelecido com mãe desde o nascimento.
O processo de construção da identidade masculina é obtido, consequentemente, com grande esforço e alguns prejuizos, onde várias dicas erradas são transmitidas. Uma delas, clássica, é a que MENINOS NÃO CHORAM. Desse modo, o garoto contem suas lágrimas, engole o choro e não sente a ameaça da perda do afeto dos pais, caso não desempenhe seu papel de macho. Essa criança não tem idéia do quanto esse elogio irá lhe custar no futuro.
Outra deixa errada transmitida para os filhos desde cedo é a que OS HOMENS DEVEM EVITAR A INTIMIDADE E ESCONDER A SUA VULNERABILIDADE. isto quer dizer que eles tem que ser contidos e fechados. A idéia por tras desse mandamento significa que, se o homem se fechar para os sentimentos, se livra das ansiedades e decepções do envolvimento emocional.
O resultado disso é um individuo cuja personalidade se caracteriza por camadas de controle e repressão; é esperado dele que camufle suas emoções em nome da sua masculinidade. Com isso, ele perde a autenticidade e a espontaneidade tão importantes para a linguagem das emoções; ou seja: Não é livre para rir e chorar, tocar e ser tocado, respeitar para ser respeitado, e etc...!
A cultura aprisiona o homem na valorização do seu desenvolvimento exterior - conquistar coisas, fazer, agir. Voltar-se para as questões do interior - de si mesmo - não é coisa de homem e deve ser evitado.
Tal condicionamento a que ele é submetido, desde a sua infancia, desenvolve um padrão de cultura direcionado para a competição de objetivos, controle, e independencia.
Todas as atividades masculinas em sua maioria, tem como filosofia a consecução de metas. Nos jogos,o importante é ganhar e não participar. Ganha pontos quem marca pontos.
Não é de se estranhar que essa maneira de se posicionar influencie os relacionamentos afetivos. É do conhecimento geral que o homem vai direcionar todos os esforços para vencer o desafio de conquistar(ou como alguns dizem: PEGAR, CATAR...) uma mulher. Porem, uma vez conseguido o seu intento, o interesse diminui e começam a surgir os problemas.
Muitos relacionamentos se empobrecem em função dessa caracteristica, pois, depois da conquista, o interesse diminui. Várias vezes a relação até continua por necessidade, conveniencia, comodidade. O coração contudo, não está mais envolvido.
A dificuldade de alguns homens para agirem sem objetivo se estende tambem a vida sexual. Para eles, no sexo, a meta é o orgasmo, o gozo. É comum as mulheres se queixarem de que eles não sabem como beija-las, toca-las, acaricia-las, sem querer logo em seguida, passar ao ato sexual. Como tambem queixam-se da falta de companheirismo após o ato sexual.
É consenso entre a maioria dos homens que o sexo não ocorre por razões biológicas ou emocionais, mas porque o ato sexual é a parte vital de ser homem. E então, não é dificil supor que, não só o sexo, mas o relacionamento homem - mulher, pode ficar comprometido.
Obviamente, os homens tem vantagens e beneficios em decorrencia de um favoritismo cultural, profissional. Porem o preço pago por eles é bem alto, mas resta saber se vale a pena pagar esse preço. O que ganham em poder, perdem na expressão da afetividade em função da repressão emocional e no bom funcionamento orgânico, onde as doenças cardíacas tem sua maior relevância.
Será que é esse modelo masculino que o homem atual, que o homem de hoje, o homem deamanhã, o homem do século 21 quer hoje para sí? Será que é esse modelo reducionista de masculinidade que o homem quer para seus filhos? Será que esse homem não tem outras escolhas mais adaptáveis e satisfatórias para sua vida, nas quais a expressão do afeto, não ofereça ameaças? Será que ser homem e desfrutar intimidades e emoções são incompatíveis?
Alguns homens já estão se permitindo tais questionamentos no intuito de encontrar uma qualidade de vida melhor, mesmo nos seus relacionamentos, não reprimindo suas emoções e expressando seu amor, sua fetividade, sua intimidade. Talves, dessa maneira, o homem possa soltar os grilhões que o aprisionam durante séculos e ser livre na expressão dos seus sentimentos sem ter medo de ferir ou "perder" sua masculinidade.
GESTO SENSUAL DO DIA:
Brincadeiras no Amor: Amar é compartilhar alegria. É o se manter criança sendo adulto. é a felicidade descontraida e brincalhona. desse modo é que devemos amar sempre.