Texto extraído do livro: Glândulas O Espelho do Eu
Autoria de Onslow H. Wilson
Editora Pensamento
Qualquer pessoa que tenha presenciado o comportamento de animais em seu habitat natural, sem dúvida não pode deixar de se sentir impressionada pela diferença entre a combatividade do leão , por um lado, e a timidez do coelho, por outro. Essas diferenças tão conspícuas no comportamento dos animais estão relacionadas, em grande parte, com as funções das supra-renais, ao manifestarem energias associadas com a auto-afirmação e a auto-expressão.
Estrutura Dual das Supra Renais
As glândulas supra-renais ( assim chamadas porque estão localizadas acima (supra) dos rins (renal), são constituídas por dois tipos de tecido. O córtex ou porção externa das glândulas provém do mesmo tipo de tecidos embrionários que formam as gônadas. Por outro lado a medula, ou porção interna das supra-renais, provém do mesmo tecido embrionário que forma o Sistema Nervoso Autônomo. Por conseguinte, os hormônios do córtex supra-renal são esteroides, pertencentes a mesma classe de moléculas que compõem as gônadas, enquanto que os hormônios da medula pertencem a uma classe chamada de neurotransmissores.
Tamanho e Comportamento do Cortex Supra Renal
Diversos estudos demonstraram que o tamanho do córtex supra-renal parece variar diretamente de acordo com a combatividade ou auto-afirmação de um animal. Em animais lutadores que atacam, como tigres e leões, o córtex supra-renal e notadamente grande. Por outro lado, animais tímidos e fugidios, como o coelho, destacam-se pelo córtex bastante estreito. Esta relação entre a extensão do córtex com os aspectos de auto afirmação no comportamento animal e mais amplamente demonstrada pelo fato de que os membros selvagens de uma determinada especie animal tem o córtex supra-renal mais amplo que os animais domesticados. É interessante notar que os seres humanos possuem um córtex relativamente maior que o de qualquer outra especie animal. O tamanho relativo do córtex supra renal pode, portanto, estar intimamente associado com as qualidades do ser que reconhecemos como ser humano. De algum modo sutil, o desenvolvimento do cérebro humano esta associado as funções do córtex supra-renal. Este fato é demonstrado pelas seguintes observações: Entre a quarta e sexta semana apos concepção, as glândulas supra-renais do feto são duas vezes maiores que os rins. A maior parte deste volume relativamente grande deve-se ao alargamento do córtex.
Estrutura e Funções do Córtex Supra-Renal
O córtex supra-renal consiste em três camadas bem definidas. Cada uma dessas camadas produz e segrega seu próprio complemento de hormônios esteroides. A camada externa produz um hormônio que funciona principalmente no controle do metabolismo dos minerais. Em virtude de seus efeitos sobre os íons contidos no sangue, este hormônio também exerce profundas influencias sobre a composição do sangue e, por conseguinte, no equilíbrio da água, volume do sangue e pressão sanguínea. A Camada central do córtex supra-renal produz uma classe de hormônios esteroides que controlam a transformação de proteínas em carboidratos. Como e de se esperar, as ações desses hormônios tem grandes consequências sobre os estoques de glicogênio de fígado e também sobre os níveis de açúcar no sangue. Além disto, os hormônios desta camada central do córtex supra-renal estão estreitamente associados as reações do corpo ao stress, como o que e provocado por exercícios, traumas, queimaduras e infecções. A verdade e que esses hormônios funcionam como agentes anti-inflamatórios e antialérgicos, mobilizando certos tipos de célula produzidos pela glândula timo. A camada mais interna do córtex produz hormônios sexuais, principalmente do tipo andrógeno ou masculino.
Sensibilidade Individual e Atividade do Córtex Supra Renal
Não é nada surpreendente que a hipo atividade do córtex supra-renal cause profundos efeitos em certos aspectos do comportamento. Um dos casos em questão se relaciona com a extrema hipersensibilidade dos pacientes que sofrem do Mal de Addison, uma desordem geralmente caracterizada pela insuficiência funcional da camada mediana ou central do córtex supra renal. Esses pacientes tem uma sensibilidade ao sabor que e cerca de 150 vezes maior que os demais indivíduos. Outras observações foram feitas quanto ao sentido do olfato. Por exemplo, mesmo que o sal tenha pouco ou nenhum cheiro para a maioria das pessoas, ele contém suficiente gás de cloro para ser detectado pelos doentes do Mal de Addison. Observações semelhantes foram feitas com relação ao sentido da audição. Embora os pacientes do Mal Addison sejam extremamente sensíveis a sons, eles revelam uma surpreendente falta de capacidade para discriminar um som firme e modulado, por exemplo, e ate para determinar a fonte de origem dos sons.
A Medula Supra Renal e as Emoções
Ao contrário dos hormônios do córtex supra renal, de cujas influências não nos apercebemos, dificilmente deixamos de tomar conhecimento do impacto dos hormônios da medula supra renal sobre os mecanismos do corpo. As razões para esta diferença de percepções pode ser atribuída ao fato de que a medula supra renal está intimamente associada com as estruturas pelas quais nos apercebemos do "eu" de forma mais aguda. Quando aprendemos que a medula supra renal é uma coleção de células nervosas que pertencem ao ramo simpático do sistema nervoso autônomo, sentimo-nos capazes de apreciar melhor o significado desta diferença. Na verdade, qualquer estímulo simpático, seja ele na forma de medo, raiva, dor, alegria, êxtase ou amor, dispara a liberação de hormônios da medula supra renal, adrenalina e noradrenalina. Não é de surpreender, portanto, que a medula supra renal tenha sido frequentemente chamada de " espelho de nossas emoções ". Além de provocar a liberação de adrenalina e noradrenalina, as tensões emocionais também causam o desvio do suprimento de sangue de estruturas como pele, fígado, baço e trato intestinal. Este sangue é enviado para os músculos e para o cérebro, onde se faz mais necessário. Ao mesmo tempo, a adrenalina estimula a liberação de glicogênio do fígado para as células e faz o coração bater mais rápido e mais forte, permitindo que o sangue, carregado de importantes nutrientes, chegue mais rapidamente as áreas vitais. Simultaneamente, o índice respiratório é aumentado para assegurar a vitalização adequada do sangue, quando passa pelos pulmões. Desta forma, a medula supra renal qualifica-se facilmente como glândula de mobilização da energia. Qual será, então, a relação entre as funções do córtex supra renal e as da medula? Para responder, a esta pergunta, façamos uma revisão sucinta da sequência de acontecimentos que se inicia quando fazemos entrar em ação as funções supra renais, pela presença de emoções fortes.Quando a interpretação de nossas percepções exige ação, seja ela defensiva ou ofensiva, nossas emoções estão comprometidas. Dependendo de nossas experiências passadas, nossas reações emocionais podem se manifestar na forma de raiva, medo, coragem ou êxtase. Tais reações ocorrem nos centros cerebrais superiores que estão em comunicação direta com o sistema nervoso autônomo (SNA). Quando nossas reações emocionais são de medo, raiva, etc., o ramo simpático do SNA é chamado a ação. Em consequência, os impulsos nervosos do simpático chegam até a medula supra renal e disparam o mecanismo de liberação de adrenalina na corrente sanguínea.
Hormônios Adrenais e Reações do Corpo
No sangue, a adrenalina logo alcança o coração que, em resposta, bate mais rápido e mais forte, enviando sangue ao cérebro com maior velocidade. No cérebro, a adrenalina age sobre o hipotálamo que, por sua vez, faz a glândula pituitária anterior liberar um hormônio que age sobre o córtex supra renal. Em resposta as ações do hormônio estimulador do córtex, segregado pela pituitária, o córtex supra renal libera hormônios esteroides de suas camadas medial e interna. Esses hormônios então produzem suas influências características que preparam o corpo para enfrentar as demandas da situação de tensão.
Podemos ver aí o elevado grau de cooperação que existe entre as estruturas duais que compõem as glândulas supra renais. Como um todo, as glândulas supra renais são portanto, as glândulas da tensão e do stress ou, mais especificamente, as glândulas da mobilização. O propósito subjacente a qualquer mobilização supra renal está definido pela ação recíproca entre " a cabeça e o coração " ou " razão e emoção ".
Parece bem claro que a falta das funções supra renais tem consequências drásticas quanto a sobrevivência do corpo. Por causa de sua influência sobre a química do sangue, as funções das glândulas supra renais estão intimamente associadas com a condutibilidade elétrica e com as propriedades eletromagnéticas do corpo. Como existimos num oceano de ondas eletromagnéticas, as glândulas supra renais tem muito a ver com a qualidade de nossa sintonização psíquica com o ambiente que nos rodeia.
Análises químicas qualitativas indicaram que, pelo medo ou pela raiva, e possível exceder ou exaurir a capacidade das supra renais de fornecerem a quantidade de hormônios exigida no caso. Essa exaustão muitas vezes nos isola de muitas influências benéficas inerentes aos aspectos eletromagnéticos de nosso ambiente, e podem causar fadiga, aumento de sensibilidade ao frio, perda de entusiasmo, indecisão, irritabilidade e depressão. Alguns cientistas afirmam, que muitas doenças que assolam nossas sociedades altamente industrializadas se originam da exaustão supra renal. Parece claro, por conseguinte, que, como indivíduos, faríamos bem em ajustar nossas reações emocionais as experiências da vida, de modo a diminuir os riscos de exaustão supra renal. Mas como saber o modo de fazer esses ajustamentos?
As Supra Renais e a Vida Psíquica
Assim como as nossas emoções disparam o mecanismo de liberação de hormônios supra renais que mobilizam ou impulsionam o nosso ser físico a ação, assim também as nossas emoções mobilizam o nosso ser psíquico, ao longo de linhas determinadas por nossos desejos e aspirações. Em consequência, o grau de harmonia que experimentamos em nossa vida diária esta relacionado com aquilo que desejamos e aspiramos. Naturalmente, então, devemos decidir se o que desejamos esta em harmonia com nossos ideais mais elevados. A observação cuidadosa demonstra que as emoções de medo e raiva surgem frequentemente em nossa consciência por causa da incompreensão, ou como resultado de um desacerto entre nossos desejos mais imediatos e os ideais que nutrimos nas profundezas de nosso coração. Esta falta de compreensão pode ser considerada como uma espécie de "indigestão psíquica" resultante da incapacidade de analisarmos ou digerirmos adequadamente algum aspecto de uma experiência anterior. Neste sentido, pode-se dizer que a personalidade tirou pouca "nutrição" ou significado da experiência em questão. Igualmente, gastamos com muita frequência grandes quantidades de energias psíquica e física em assuntos que não visam o nosso "bem maior". O resultado é que muitas vezes ficamos tão desgastados que nos tornamos incapazes de alcançar nossos objetivos mais caros. Esta é uma situação que pode ser tipificada pelo conflito entre "a razão e emoção".
Olá vim te visitar e já estou te seguindo ;)
ResponderExcluirFaço parte da Agenda dos Blogs e quero aproveitar para te convidar para participar do Blogs+ no blog Prioridade de Mãe.
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Ola. Tudo bem. Agradeço os comentários e a visita, que sera retribuída. Beijosss!
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